Preconceito de gênero na ciência – Lucca Mediotti Del Nero – 3° EMA

Lucca Mediotti Del Nero

Preconceito de gênero na ciência – Segundo afirma a filósofa, Djamila Ribeiro, “a gente luta por uma sociedade em que as mulheres possam ser consideradas pessoas”. Ou seja, a agremiação rebaixa e inferioriza as mulheres, de modo que elas devem lutar para, pelo menos, serem tratadas com o respeito e a dignidade que uma pessoa comum merece.

Assim, parte-se do pressuposto de que o machismo está enraizado na sociedade. Isso, então, afeta diversos setores sociais, dentre eles o acadêmico, levando a uma desvalorização de gênero no trabalho, logo, na ciência. 

Conforme dito por Simone de Beauvoir, a ideia de sexo é algo biológico do ser humano, porém, a ideia de gênero é uma construção social, utilizada, justamente, para inferiorizar a mulher.

Assim, sabe-se que o machismo parte desde os primórdios da população, na medida em que, até 1934 (ano da concretização do voto e dos direitos femininos no Brasil), somente homens podiam trabalhar e as mulheres eram quase que obrigadas a exercer trabalho doméstico e cuidar dos filhos. Por consequente, isso gera uma ampla desigualdade de gênero, principalmente na carreira trabalhista. Mesmo apesar de, no âmbito acadêmico, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível de escolaridade das mulheres ser superior ao dos homens, sendo, respectivamente, 29,75% e 21,5%. 

Com isso, observa-se como o machismo afeta no reconhecimento da mulher dentro de sua profissão. Na área das pesquisas voltadas à ciência, por exemplo, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) coloca que apenas 30% dos cientistas do mundo são mulheres. Sendo assim, analisa-se que muitas mulheres são impossibilitadas de mostrar sua capacidade acadêmica, logo em um período tão preocupante e urgente como o da Covid-19, por exemplo. 

Em suma, para diminuir essa desigualdade e desvalorização de gênero no âmbito da pesquisa, o Governo Federal, em parceria com escolas e institutos de pesquisa, como o Butantan, deve criar campanhas e palestras nas escolas, que visem mostrar a importância da participação feminina na área da pesquisa e ciência.

Desse modo, muitas delas se sentirão motivadas a exercer esses cargos e, assim, reivindicarão seus direitos, a fim de garantir maior visibilidade na sociedade.

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